segunda-feira, 1 de março de 2010

Benfeitores


Ser roçador tem seus altos e baixos, suas coisas boas e ruins, nem só de desgraça vive um roçador. Uma dessas coisas boas acontece quando trabalhamos em áreas de lazer como praças, campos de futebol, áreas verdes, locais onde o mato estava tomando conta e efetivamente se fazia necessário uma limpeza. Nessas horas tenho a sensação de que realmente meu trabalho hoje fez a diferença, não foi apenas um joguete político, nem uma troca de favores, ou então favorecimento de bairros ricos, em detrimento dos pobres.

É muito bom chegar a um local, como uma praça, que está tomada pelo mato, e no final do expediente ver aquele mesmo local que estava a poucas horas repleto de mato, agora pronto para a utilização da população, e mais especificamente utilização das crianças. Dá uma sensação boa, de dever cumprido, de que hoje eu fiz minha contribuição para o funcionamento harmonioso da sociedade. De que hoje uma criança vai jogar bola nesse campo, e que ela irá ser feliz da maneira pura como as crianças são, porque eu fiz a minha parte. Pode até parecer um pouco de exagero da minha parte, talvez uma idealização, ou então uma supervalorização de um insignificante trabalho, mas é o que eu sinto nesses momentos.

Sei que outras profissões também despertam essa sensação boa de dever cumprido, mas acho que de maneira tão direta são poucas. É muito bom ver o olhar de desconfiado dos moradores do bairro quando chegamos, e após o trabalho feito ver esse olhar se transformar num de agradecimento. É recompensadora a gratidão das pessoas, elas nos vêem todos sujos de mato, suados, cansados, sabem que não é fácil nosso trabalho, mas sabem que ele é necessário. De vez em quando recebemos elogios e palavras de agradecimentos, que costumeiramente vem acompanhado de um copo e de uma boa garrafa de água gelada. Merecido prêmio!

Ser roçador não é fácil, mas tem seu lado bom.

Um comentário:

  1. Parabéns! Importantíssimo o seu trabalho ainda mais em locais como praças

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