terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Uma "dança"


Parece muito simples trabalhar com uma roçadeira, aparentemente basta saber ligar a máquina e saber apertar um gatilho. Mas nem tão simples assim se configura o ato de roçar. Estou falando propriamente de saber, de ter os conhecimentos necessários da correta utilização e manuseio de uma máquina que pode muito bem se transformar em arma letal. Afinal usamos lâminas muitíssimo afiadas, que giram em alta velocidade, decepar um membro não seria difícil com tamanha força destrutiva. As roçadeiras que trabalhamos são extremamente poderosas e perigosas.

Cada roçador tem seu estilo particular de roçagem, suas manias, suas preferências, cada roçadeira é exclusiva e sendo assim seu ajuste também é igualmente exclusivo com os gostos do roçador que a utiliza. Uns roçam mais rápido, porém com uma amplitude do movimento menor, outros são mais cuidadosos e investem num acabamento mais refinado. Porém a palavra que melhor pode definir essa relação entre roçador e sua máquina no serviço diário é "dança".

Roçar pra mim se configura numa espécie de "dança", um vai-e-vem sincronizado onde seus passos são milimetricamente movimentados seguindo as necessidades do corte, junto na medida certa da aceleração do motor. Essa dança que só é interrompida por dois grandes inimigos do ato de roçar: pedras e pedaço de metal. Um pequeno ferro pode causar tamanho estrago na sincronia dessa "dança", fazendo com que sejam lançando estilhaços perigosos para várias direções. Mas com o devido cuidado esse tipo de risco pode ser minimizado, uma vez que a dança nunca pode parar.

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